sábado, 14 de novembro de 2009

ALCOOL, T.G.V, ETC.

(M E M O  AO  PRIMEIRO  MINISTRO   -   2006)

J. Sá-Carneiro (*)

 

ALCOOL

Parece terem sido os árabes que ensinaram os europeus a destilá-lo, ...e é hoje em dia acusado de “assassino das nossas estradas”.

Pois bem, esse mesmo “al kohol”, a que desde sempre foram atribuidos os mais diversos paladares e maleficios, poderia vir agora ajudar a resolver o nosso problema de transportes ( E da energia, em geral ).

A África do Sul, sobretudo no Natal, destilava-o da cana de açucar e usava-o nas embarcações de pesca, adicionado ao gasoil.

O Brasil mistura-o com a gasolina, creio que a 50%, e usa-o nos automóveis. ...E talvez tambem o faça com o diesel dos camions.

Parece apenas mecessário proceder a pequenas alterações nos motores.

O facto é que neste momento o Brasil cumpre as suas necessidades de carburante, e consta que ainda consegue exportar algun petróleo.

Pode destilar-se alcool de quase tudo o que é vegetal: Dos frutos, das flores, das raizes, até da relva.. ...Mas comprova-se que um dos melhores alcoois é o extraido da madeira.

...E Portugal dispõe da maior floresta da Europa, ...ou pelo menos da União Europeia,.

...que até agora quase só tem servido para a poluente pasta de papel, ...e para ser devorada, ano após ano, crónica e impiedosamente, pelos fatídicos incêndios florestais, ...com toda a série de perigos e tremendas despesas que eles acarretam.

Fala-se em controlar os pinhais pela abertura de “avenidas” de combate aos fogos, orientadas conforme os ventos predominantes, e pelo abate sistemático de parcelas.

...Afinal a “limpeza da floresta” que, há quarenta anos atrás, era feita, automáticamente, pelos camponeses, quando aproveitavam lenhas e pinhas, e por vezes até a caruma, para alimentar as suas lareiras. ...Infelizmente hoje em dia já quase não há camponeses, ...e os que ainda há usam gás de botija!

Porque não dirigir directamente essa “desmatação racional” das florestas ...para o fabrico do Alcool ? ...Ficariam assim as florestas limpas e controladas, ...ao mesmo tempo que abastecidas as “destilarias”. ...E claro que haveria cuidadosa replantação!

Penso que nunca a “celulose” teve em Portugal expressão económica suficiente para poder pagar esses trabalhos de control das florestas. ...O Alcool pagaria tudo.

Poderiam essas destilarias ser de todos os tipos: Dispendiosas ou módicas, industriais ou artesanais, etc., etc. ...de modo a conseguirmos boa parte do carburante para as nossas necessidades, ...”sem dispêndio de divisas”.

Depois uma “Unidade Especializada” faria a “Mistura Combustível”.

...Porque não imitamos os brasileiros ?

AUTO-ESTRADAS

Quando, ido de Angola,  me fixei na África do Sul, em Dez. de 75, fiquei deslumbrado com as auto-estradas, ...que poucos anos antes nem sequer existiam. Muito bem traçadas, tinham pistas mais largas que as europeias, e sempre com margens de ambos   os lados.

...De estranhar, só o seu limite de velocidade: 55 milhas horárias, ...menos de 90 Kms.

Fiquei a saber pouco depois que tal limite não tinha sido imposto por segurança.     ...Mas simplesmente por economia, ...depois do 1º chóque petrolífero.  ...E o consumo tinha assim drasticamente diminuido. ( Como se sabe a África do sul fabricava, a partir do carvão, cerca de 40% da gasolina que consumia. E alem disso era um País rico, que conseguiria facilmente importar mais petróleo. ...Mas assim mesmo impôs restrições.)

...A consequência espantosa desse facto, é que, processadas as estatisticas anuais, o número de acidentes mortais nas auto-estradas tinha descido para cerca de metade.

Então a restrição passou a manter-se pelas 2 razões: Segurança e Economia.

Outra explicação da segurança conseguida na Africa do Sul (naquele tempo) era a da fixação de Uma Velocidade da Auto-Estrada: 55 milhas ( Nem a mais nem a menos ). ( Em Espanha e noutros paises europeus também as velocidades são fixas, mas não completamente respeitadas.)

E isso ia, automaticamente,  desencorajar as “ultrapassagens”, que se tornavam muito menos frequentes.  ...E que são,  aqui em Portugal, a razão principal das mortes.

...Lembro-me que depois de ter feito uma ultrapassagem, com velocidade muito próxima das tais 55 milhas, a policia me obrigou a parar, e a explicar concisamente porquê, e para quê, tinha feito aquela ultrapassagem. ...Passei um mau bocado!

TGV

Será certamente inconcebível que um Turista, ou Homem de Negócios, venha de Paris ou de Berlim em Alta-Velocidade para, na fronteira Portuguesa, ...ter que mudar para um “Ronceiro” ou um Autocarro, afim de chegar ao Porto, a Lisboa, ...ou a Faro.

...É verdade que custa muito caro adquirir o TGV! ...Mas, se não temos meios para comprar o “Material Circulante”, porque não nos limitamos a implantar a “Ferrovia” ?

...Os Comboios poderiam ser estrangeiros! ...É preciso é que os Turistas cá cheguem..

...Tambem os Navios de Cruzeiro e as Aeronaves, que trazem esses Turistas, são de todas as origens e os Portos e Aeroportos são Portugueses.

...O que parece importante é instalar os Rails, ...o que sabemos fazer desde o Ministro Fontes Pereira de Melo, ...mesmo que estes agora sejam mais sofisticados.

...Mais tarde, quando houver posses, então poderemos entrar no negócio de Locomotivas e Carruagens e, ....sobretudo, na Manutenção, complicada e dispendiosa, desse material. ...Isto se não queremos entregar tudo a empresas espanholas.

...E afinal há sempre o recurso às parcerias.

 

(*) José António Guedes Vaz de Sá Carneiro

Diplomado em Marketing Management pelo SAMA de Joanesburgo – 1978/ 79

Despachante-oficial em Luanda desde 1952 e em Lisboa desde 1980

Curso (OMA - OMC), reciclado em 2002/ 03

Licenciado em História pela Universidade Aberta de Lisboa 2000/5

Sem comentários:

Enviar um comentário