quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O PAÍS QUE VIA PASSAR OS COMBOIOS

Nunca fui particularmente admirador do cinema Norte-Americano, ...exceptuando

-se, claro, as fitas de “cow-boys” e de “gangsters”, duas imagens que animaram a

meninice de todos nós, ...e cuja recordação ainda será capaz de nos enternecer.

...O “cow-boy” era a imitação e tradução da imagem do ”vaquero”, mexicano ou

argentino, ...pois como se sabe nas Américas não havia nem bois nem cavalos e

foram os espanhóis (Tal como nós p. o Brasil) que os levaram para lá, uns bons

200 anos antes dos norte-americanos "anexarem" os “territórios do gado”: Texas,

Novo-México, California, etc.

...O “gangster”, essa sim, era uma imagem genuina e tipicamente norte-americana.

Não obstante apareciam por vezes filmes USA, de excepcional qualidade, e de que

verdadeiramente gostei. Recordo-me, por exemplo, de “O homem que via passar

os comboios”. Esse filme fez época e creio que a todos agradou..

A mim impressionou-me profundamente!...

...Mas afinal tudo isto a propósito de quê?

...Acho que foi com a mente no T.G.V. que comecei a cismar!

...E isso porque se continuarmos todos a cismar com o TGV, ...ficará Portugal

conhecido, na que se chamará “História do Progresso e das Tecnologias”, como

“O País que viu passar os Comboios”!

...Desde já confesso que adoro comboios, ...mas não percebo nada do assunto.

...Entretanto há outras coisas que tambem não percebo! ...Por exemplo:

Porque é que todos os nossos técnicos, ou politicos, que abordam o Tema TGV,

falam das verbas astronómicas que é preciso dispender em “Material Circulante”,

e ninguém tenta sequer “avançar” com a ideia de simplesmente nos limitarmos

a construir a “Ferrovia”?

Claro que é completamente impensável que um turista, ou homem de negócios,

venha de Paris ou Berlim em Alta-Velocidade, para depois, na fronteira de

Valença do Minho ou Elvas, ser forçado a mudar para um comboio-ronceiro,

ou um autocarro, para chegar ao Porto ou a Lisboa.

Mas então é das “Linhas “ que precisamos, ...não do “Material Circulante”, ...

...que pode ser Estrangeiro!

À semelhança do que se passa com os Navios de Cruzeiro e Aeronaves, que nos

trazem os Turistas, e que são de todas as origens, sendo nossos os Portos e os

Aeroportos, tambem os Comboios podem ser estrangeiros, e a Ferrovia nacional.

...A verdade é que mover as terras para preparar os “leitos” e montar os “carris”,

...isso sabemos nós fazê-lo desde o tempo do Ministro Fontes Pereira de Melo.

...E mesmo que os novos “rails” sejam mais sofisticados, seremos com certeza

capazes de facilmente aprender a instalá-los. ...Afinal o que é preciso é que os

Turistas cheguem rapidamente a Lisboa ou ao Porto. ...E, se possivel, a Faro!

...E, para cumprir o Tânsito Interior, bastar-nos-ia implantar uma Linha Norte-Sul,

estabelecendo-se duas modalidades de Circulação (Internacional): Uma a entrar

pelo Norte e a sair por Elvas ...ou Algarve, e a outra em sentido inverso.

Evidentemente que importar (Ou até, talvez, construir) Locomotivas e Carruagens

e fazer a sua rigorosa e complicada “manutenção”, será um “negócio chorudo”,

...mas deixemo-lo para mais tarde, ...para quando houver “dinheiro”!

...Para já o que interessa é fazer a “Ferrovia”!

...Senão nunca veremos “passar os Comboios”!

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