sábado, 5 de dezembro de 2009

SAUSSURE – Quem é o nosso principal interlocutor

                                                                                          ( Memória )

MONÓLOGO INTERIOR E PERMANENTE

Ferdinand de Saussure ( 1857/ 1913 ), consagrado linguista suíço, diz, no correr duma sua lição, que "É a Palavra que disciplina o Pensamento".

O que isto significa, na prática, é que sem palavras, sem frases, não há pensamento.

O homem aprendeu a falar antes de aprender a pensar. …De inicio só vocábulos soltos.

E, antes de chegar ao discurso, a sua cerebração era tão instintiva e sincrética como os rudimentares reflexos dos animais.     Quando pela primeira vez tentou falar, tudo o que terá conseguido, foi balbuciar como um recém-nascido.

São as Palavras que guiam o Pensamento:    O discurso é para o raciocínio como o carril para o comboio.

Somente por palestras interiores, palrando connosco próprios, somos capazes de pensar.

Quem é o meu maior interlocutor? …Claro que sou eu próprio!      (Ou és tu própria.)

Uma pessoa normal, que não seja "public-relations" de profissão, fala a média de, no máximo, uma hora por dia com outras pessoas e, num mínimo, 14 ou 15 horas, em "monólogo-diálogo", consigo própria. Até porque o cerebrar nunca pára.

…Por isso devíamos perguntar, de vez em quando:  …"Qual era o meu 'diálogo' interior?"   ( “O que era que eu estava a pensar?”)

Não sei de resto se mesmo a dormir não vai esse nosso perpétuo "monólogo-diálogo" continuando, …imparável. …Ou se a "conversa" só acontece durante os sonhos.                                 

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FENÍCIA

ESCRITAS IDEISTAS, REPRESENTATIVAS E FONÉTICAS

Foi na Caldeia, possivelmente ainda antes da fundação de Babilónia, que surgiram as primeiras Escritas Fonéticas, talvez um milénio antes de terem aparecido no Egipto.

Na Antiguidade enquanto as escritas "Ideistas" e "Representativas" expressavam ideias, coisas e animais, as "escritas fonéticas" tentavam imitar a Linguagem Humana.

Isto era duma enorme vantagem pois pouca gente tinha ensejo de aprender a escrever,  …mas, mais ou menos, toda a gente sabia falar, ou pelo menos tagarelar.

Assim, tentando, por sinais muito simples, letras e sílabas, reproduzir as palavras, logo, ao silabá-las, as reconheciam:            …E pronto!        ( CO-MI-DA:   COMIDA ).

Foram os fenícios ( Hoje libaneses ) que aperfeiçoaram e divulgaram a escrita fonética por todo o Próximo Oriente.              E foram ainda eles que, como primeiros navegadores do Mediterrâneo, levaram a sua escrita às povoações costeiras, europeias e africanas, desse Mar Central.

Essa escrita tinha porém o tremendo defeito de só constar de “Consoantes”, com uma sonorização extremamente difícil      de perceber.

E então  os Gregos, que possivelmente a tinham recebido em primeira mão,  resolveram adicionar-lhe as "Vogais", afim de          a disciplinar e musicar, tendo assim conseguido aclarar-lhe a fonética.

Esta a história da criação do Alpha-beto ( Ou abe-ce-dário ) que ainda hoje se mantém.

Cascais, 20. Agosto. 2009                    J. Sá-Carneiro                                

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